segunda-feira, 30 de março de 2015

Projeto português cria plataforma digital móvel para dar mais autonomia a cegos

O Inesc Tec - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Tecnologia e Ciência (Inesc Tec) do Porto, juntamente com a Universidade do Texas e a Acapo — Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, está a desenvolver uma plataforma digital móvel para garantir uma maior autonomia dos invisuais nas suas atividades diárias.

A plataforma CE4BLIND pretende tirar partido dos últimos avanços tecnológicos ao nível dos dispositivos móveis e câmaras miniaturizadas, permitindo aos cegos e às pessoas com capacidade de visão reduzida mais facilidades nas atividades quotidianas.

João Barroso, investigador do Inesc Tec e responsável pelo projeto, explica que com a CE4BLIND será possível "a leitura automática de texto de livros, revistas, ementas de restaurantes ou o reconhecimento de embalagens alimentares", tudo com "recurso a técnicas de visão por computador". No projeto vão ainda ser exploradas novas formas de interpretação de dados 3D de objetos estáticos e em movimento, o que irá permitir uma melhor perceção do mundo real.

Atualmente existem diversos meios adaptados às necessidades das pessoas cegas e/ou com capacidade de visão reduzida, desde smartphones, que possibilitam o reconhecimento de objetos através de uma fotografia, a tablets com teclados braille.

A plataforma em desenvolvimento será concebida de forma a não ser necessário alterar as rotina dos invisuais, através de uma interface natural, e será usada por um grupo de utilizadores de uma forma adaptada às suas características e limitações.

No âmbito da parceria, a Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos, fica responsável pela ligação do projeto às empresas e pela colocação no mercado de produtos inovadores na área de apoio aos cidadãos com necessidades especiais. Já a Acapo vai disponibilizar recursos humanos para a realização de testes extensivos com a plataforma.

O projeto CE4BLIND é o mais recente na área. Em 2008 surgiu o projeto SmartVision, que fornecia ao utilizador invisual instruções para chegar a um determinado destino. Seguiu-se o Blavigator, onde se desenvolveu uma bengala eletrónica que sinaliza obstáculos.

Fonte: Público

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