domingo, 10 de janeiro de 2016

Crianças estão “profundamente infelizes” e a culpa é da Internet

Autoestima baixa é um dos problemas mais comuns dos jovens, revela organização britânica de apoio às crianças e jovens.

Os jovens têm de lidar com receios e preocupações que não existiam há 30 anos, denuncia a ChildLine, uma organização britânica de aconselhamento para crianças e jovens, devido à Internet e às suas “pressões modernas”, como o cyberbullying e as redes sociais.

De acordo com o estudo levado acabo pela Childline, com base nas chamadas recebidas no sistema de aconselhamento que funciona 24 horas por dia, as preocupações dos jovens “mudaram drasticamente”. Em 1986, ano em que a linha foi lançada, as maiores inquietações das crianças e jovens eram o abuso sexual, problemas familiares, abuso físico e gravidez; enquanto nos últimos anos as preocupações têm sido as relações familiares, a baixa autoestima, infelicidade, bullying, cyberbulling e a automutilação.

Das 286 mil sessões de aconselhamento feitas pela ChildLine, mais de 35 mil estiveram relacionadas com a baixa autoestima e infelicidade, o que constitui um aumento de 9% face ao ano anterior. “É evidente, a partir das centenas de milhares de chamadas que a ChilLine recebe que temos uma nação de crianças profundamente infelizes. A pressão para acompanhar amigos e ter a vida perfeita online está a aumentar a tristeza que tantos jovens sentem diariamente”, diz Peter Wanless, chefe executivo da instituição.

A forma de contactar a ChildLine também mudou – há 30 anos, os jovens utilizavam telefones públicos para pedir ajuda e falar sobre os seus problemas, agora escolhem falar através do chat ou enviar um e-mail.

“Lembro-me, em 1986, quão chocados ficámos ao descobrir que tantas crianças estavam a sofrer abusos terríveis nas suas próprias casas. Mas hoje estou chocada pela infelicidade e solidão aguda que aflige tantos jovens, o que significa que, para muitos, o único sítio onde podem encontrar conforto e protecção é na nossa linha de ajuda”, comentou Esther Rantzen, fundadora da ChildLine.

Fonte: Público

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