sábado, 6 de agosto de 2016

E porque não usar o futebol para combater a indisciplina na escola?

No âmbito do novo Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, cerca de 640 escolas já enviaram ao Ministério da Educação os seus planos para a melhoria do desempenho dos alunos. E nem tudo passa pela escola, defende José Verdasca. 

Para além das medidas de caráter pedagógico, nos chamados planos de ação estratégica das escolas são também privilegiadas intervenções de cariz social?
Direi que, no geral, de quatro medidas apresentadas, uma diz respeito à intervenção junto de alunos com problemas de indisciplina e que são oriundos de famílias mais adversas à escola. O objetivo que pretendemos alcançar é que sejam envolvidos outros parceiros neste trabalho de proximidade das famílias.

As autarquias?
Sim. E também as comissões de proteção. Mas até já há várias autarquias com financiamento comunitário para desenvolveram medidas de combate ao insucesso escolar e esta é uma delas. Se os municípios até já estão representados no Conselho Geral das escolas [o órgão máximo que elege o diretor] porque não participarem também neste trabalho, criando-se assim parcerias de convergência escolar, com a constituição de equipas multidisciplinares?

A constituição dessas equipas já está prevista na lei, mas as escolas dizem que não lhes foram dados meios para contratar psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos. Ficaria isso a cargo das autarquias?
Poderia ser, uma vez que terão financiamento comunitário para promover medidas de combate ao insucesso escolar. Mas estamos a falar de equipas que trabalharão não com a escola em geral, mas com um grupo específico de alunos e de famílias que já estão identificados. Uma das chaves de resposta para um maior sucesso dos alunos passa pela sua estabilidade emocional. Se a conseguirmos promover, através de um trabalho junto destas famílias, estou convencido que vamos dar um salto em frente.

Mas existem outros meios de intervenção que, nomeadamente nos municípios mais pequenos, poderiam levar a que fosse a própria comunidade a criar uma regulação. Por exemplo, porque não existir uma majoração do financiamento a grupos desportivos ou filarmónicas se estes passarem também a ter uma intervenção no domínio das atitudes e comportamentos dos alunos?

O que passaria também por não aceitarem que um aluno de 14 anos vá jogar a titular se nessa semana teve um comportamento terrível na escola.

Fonte: Público

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